Metabloguismo – escrita a mais
É minha convicção que muitos blogs perdem interesse porque os seus autores são demasiado dados à escrita. O inverso também será válido, e este blog sofrerá dessa “enfermidade”. Apesar da modéstia dos meus posts, só os deito cá para fora quando sinto que eles acrescentam qualquer coisa, por muito pequena que seja, sem que com isso tenha pretensões elevadas.
Escrever por rotina, como exercício ou por vício opiniático, parece-me um pouco desenquadrado para aquilo que os blogs se encaminham para ser. Vivemos num período de intensa “selecção virtual”, apesar da inteira liberdade de cada um escrever o que quiser, da forma que quiser e até quando quiser. A selecção não será dos elementos, mas mais dos modelos. Restarão os mais aptos, aqueles que convencem quem lê e quem escreve. Claro que está é uma análise macro, e a um nível micro sempre existirão as excepções, que talvez sejam as únicas a serem lembradas num futuro longínquo. Será que as coisas tendem para a uniformidade, para que as excepções possam brilhar?
Mas divagações à parte, porque razão escrever demasiado é prejudicial ao sucesso de um blog (aqui entendendo sucesso como um misto entre número de leitores e o interesse de cada leitura)? Os blogs abundam, e quando alguém se propõe a ler algo tem uma paciência geralmente curta. É bom que fique logo agarrado. Mas é também adequado que o leitor não fique apenas a navegar nas suas certezas, mas também aviste umas nuvens que podem ser de tempestade ou de uma chuva refrescante. Ter alguma incerteza, até estranheza, será bom para cativar.
Mas é preciso não confundir “escrever demasiado” com “escrever muito”. Há muitos blogs que fazem posts curtíssimos, mas mesmo assim já é demasiado. Outros posts há que temos pena de terminem, independentemente da sua dimensão.
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