O quarto poder finalmente controlado
seriam, em teoria, os portadores dessa nobre missão. Contudo, o poder de informar deixa corromper as mentes e as vontades. Sem contas a prestar, os jornalistas deixam de informar e passam a ser um grupo de pressão com um estatuto especial. Para eles não existem segredo de justiça, verdade, direito de resposta, imparcialidade. Tal como o general louco em “O Outono do Patriarca” (GGM), que vivia alheado da realidade e uma era-lhe criada só para seu prazer, os jornalistas deixaram-se envolver nas suas próprias ilusões.
Um desequilíbrio destes põe em causa a liberdade e a própria democracia. Aparentemente, não haveria forma de controlar esta espiral destrutiva, porque qualquer intervenção política seria vista como totalitária. Além disso, pessoas isoladas sentem-se impotentes e grupos organizados preferem não se meter com jornalistas, não vão cair em desgraça por isso. Mas finalmente e talvez inesperadamente, um novo elemento, tão pequeno e frágil, mostra ter algum peso na balança. Falo da blogosfera, que cada vez mais se afirma como o “corrector automático dos jornalistas”. Em Portugal ainda não elege presidentes, mas pode ser que atinja a sensibilidade de alguns jornalistas honestos (suponho que devam existir).
A única arma de um blog é a verdade. Só assim é possível controlar o quarto poder sem lhe restringir a liberdade informativa. Ou talvez a blogosfera se transforme num quinto poder, com outros perigos inerentes...
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