Eixo franco-alemão pouco móvel
É sempre difícil tirar ilações válidas das estatísticas, para além daquelas explícitas nelas mesmas. Mas chamou-me a atenção o facto de, na União Europeia, sem contar com os novos membros, serem precisamente a França e a Alemanha os dois países com menor taxa de penetração do serviço móvel. Sendo a média europeia de 86,6%, a Alemanha fica-se pelos 75,6% e a França apenas pelos 66,6%. Portugal tem uma taxa de penetração um pouco acima da média (89,8%). Nos três primeiros lugares situam-se o Luxemburgo (116,5%), a Suécia (97,4%) e a Grécia (93,5%). Estes dados podem ser consultados aqui. Apesar de já não serem actuais, as relações entre os países devem se ter mantido quase inalteráveis.
O facto dos três países com maior taxa de penetração serem muito diferentes entre eles, em termos sociais, culturais e históricos, impede tirar conclusões de per si. Já no fundo da tabela, França, Alemanha e Bélgica, têm mais semelhanças, e até fisicamente estão juntos no centro. É curioso notar que estes três países serem aqueles cujos os governos e povos mais anti-americanismo têm mostrado. Isto é curioso porque as comunicações móveis são precisamente o único campo em que a Europa supera claramente os EUA, mas nestes 3 países o seu sucesso é fraco, comparado com outros.
É interessante também ver que o fenómeno da má fé contra os EUA, em muito instigado pela Alemanha e França, esteja agora também a virar-se contra estes países. Especialmente na blogoesfera, têm-se multiplicado os posts denunciando as intenções autoritárias e concentracionistas de poder avançadas pelo “eixo”. Com ou sem razão, instalou-se a fé nas más intenções de franceses e alemães.
Mas sobre as comunicações móveis e as possíveis lições daí a retirar ficará reservado o próximo post.
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