quinta-feira, junho 17, 2004

Excertos


Falas do verde intenso das folhas da árvore da montanha, enquanto te descrevo a serenidade do deserto no crepúsculo.

Para quê procurar um significado para tudo ou mesmo uma explicação? Se todo e qualquer acto é absolutamente único e sem duplicação possível, de nada serve tentar aprisioná-lo com os grilhões do intelecto. Melhor opção é expressar, cá para fora, por palavras aquilo que se passa, do lado de dentro, em emoções.

Dizer que a beleza é passageira não mais é que colocá-la em pé de igualdade face a todas as outras coisas.

Pode-se sempre tentar fazer algo com os desejos. Ou concretizá-los e realizar, assim, a nossa bela herança animal. Ou ir mais além deles, sem os negar, buscando a realização espiritual.

Os mistérios existem. Mergulhar neles não significa necessariamente querer desvendá-los. Não há que ter medo dos mistérios continuarem a ser mistérios. Talvez o mais interessante seja que eles se adensem cada vez mais.

Há árvores com folhas de duas cores. Por cima um verde escuro, brilhante. Por baixo, um verde baço, quase branco. Em certas alturas, um vento caprichoso vira as folhas quase todas ao mesmo tempo, e é como toda a arvore ficasse vestida de branco.