O pior concerto a que já assisti
A semana passado fui ver Emir Kusturica & The no Smoking Band. Associava vagamente ao concerto da Koçani Orkester, de ciganos da Macedónia, admirávle a todos os níveis. O clima criado quase levava o público a um transe. Kusturica é um dos responsáveis por ter dado a conhecer, através dos seus filmes, este tipo de música, por isso pesei ir ver algo agradável no Coliseu de Lisboa.
Contudo, não liguei aos sinais de aviso. À entrada, jovens entregavam propaganda do BE e, tal como um gato preto a passar debaixo de escada numa sexta-feira dia 13, devia ter percebido que eram um sinal dos deuses. Antes do início a música de fundo remetia para os sopros que já conhecia, da música especial dos Balcãs, como nenhuma outra parecida. O concerto prometia. Tivemos a boa ideia de subir até à plateia no nível superior e ficar livres da multidão.
O concerto começou, um volume monstruoso de som, adequado a um estado de futebol. Pensei que seria uma abertura para conquistar a juventude. Mas a sequência não foi melhor. Revelou toda a mediocridade dos músicos, que tocavam aquilo que qualquer banda de garagem consegue com 1 ano de prática. Mas para ser honesto, o baterista tinha algum valor. Ele conseguia manter o ritmo não convencional, com influências da música tradicional daqueles locais, e que permitia a juventude saltar por todo o lado.
Mas um bom músico não salva uma orquestra. Mas mais não era necessário, o Coliseu estava ao rubro. É preciso fazer notar que as razões disso em muito se devem às várias drogas que por ali se fumavam. Típicos simpatizantes do bloco, alegres e sem critério. Estão no seu inteiro direito poderem desfrutar destes tristes espectáculos.
Como e óbvio, saímos a meio do concerto. Não conheço a obra de Kusturica como realizador, mas tenho ouvido as melhores referências. Veja os meus filmes, não ouça a música que faço nos tempos livres...
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