O mistério dos centros comerciais
A ilha de S. Miguel nos Açores é, provavelmente, um dos mais belos locais do mundo. Contudo, quem se passeia por lá raramente vê os habitantes locais a percorrer os pontos mais apetecíveis. Estarão todos em casa? Não necessariamente. O maior Centro Comercial (CC) de Ponta Delgada num fim-de-semana estará repleto de pessoas. Não é uma tendência isolada. Por toda a arte, os CC constituem um sucesso e por isso não surpreende a abertura de várias superfícies do género. Quando foi inaugurado, o CC Colombo foi classificado informalmente como a maior atracção turística de Lisboa e rapidamente baptizado como a catedral do consumo.
Mas estaremos a falar de consumo? Não necessariamente porque boa parte dos frequentadores não vão comprar absolutamente nada. A crítica fácil ao consumismo, induzida pela mentalidade socialista retrógrada reinante, impede pensar sobre o que de facto está a ocorrer. E o que está acontecendo é uma transferência para os CC de uma enorme quantidade de serviços dispersos. O CC substitui as montras da baixa, o café da esquina, o salão de jogos, o cinema, a livraria, o restaurante e em alguns casos até o jardim. Tudo isto num espaço climatizado, imune ao frio, chuva ou calor abrasador. Há também a facilidade em encontrar estacionamento, em muitos casos gratuito. São também locais em que se pode andar em segurança, mesmo quando a frequência possa não ser a melhor.
Mas estaremos a falar de consumo? Não necessariamente porque boa parte dos frequentadores não vão comprar absolutamente nada. A crítica fácil ao consumismo, induzida pela mentalidade socialista retrógrada reinante, impede pensar sobre o que de facto está a ocorrer. E o que está acontecendo é uma transferência para os CC de uma enorme quantidade de serviços dispersos. O CC substitui as montras da baixa, o café da esquina, o salão de jogos, o cinema, a livraria, o restaurante e em alguns casos até o jardim. Tudo isto num espaço climatizado, imune ao frio, chuva ou calor abrasador. Há também a facilidade em encontrar estacionamento, em muitos casos gratuito. São também locais em que se pode andar em segurança, mesmo quando a frequência possa não ser a melhor.
Aqueles que pensam reavivar o comércio tradicional informatizando a mercearia de bairro estão longe de perceber as necessidades das pessoas. Não é apenas a melhoria do local em si que conta mas também a envolvente e as facilidades de acesso. Os CC não são uma panaceia, não servem para pessoas que não gostam de espaços fechados ou multidões, nem retiram grande clientela a zonas carismáticas. O comércio tradicional terá de perceber que alternativas poderá oferecer que o tornem tão ou mais apelativo que o CC. E terá de seguir um caminho de criatividade, bom gosto e bem servir que nunca foi sua tradição.
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