terça-feira, abril 24, 2007

Fragmentos do Japão

Os japoneses chamam-lhe Fuji-san, que quer dizer monte Fuji e não senhor Fuji. Ver o monte Fuji pela primeira vez ao vivo provoca sempre alguma surpresa. Com mais de 3700 metros e sem mais nenhuma montanha por perto que lhe faça frente, avista-se a várias dezenas de quilómetros dos mais diversos locais em dias limpos. Para alguns monte sagrado, foi também fonte inesgotável para artistas e, na sua base, local de treino para os temíveis samurais.

Monte Fuji ou Fuji-san, como dizem os japoneses.




As portas Torii encontram-se um pouco por toda a parte no Japão, tanto no meio das cidades como em locais isolados no campo. Marcam a entrada dos santuários xintoístas e, actualmente, são construídas não só em madeira mas também em metal e betão, podendo ainda ter várias cores, normalmente o vermelho mas também a cor do material de que é feito. O xintoísmo é uma religião largamente animista e das poucas coisas realmente indígenas no Japão. De certa forma é um mistério a forma como o xintoísmo interagiu e deixou ser-se influenciado pelo budismo, ao ponto de quase todos os japoneses serem praticantes de ambas as religiões.

Porta Torii do santuário xintoísta de Katori Jingû.



Santuário xintoísta de Katori Jingû.



O respeito pela Natureza advém naturalmente da prática xintoista, aqui demonstrado próximo da entrada do santuário de Kashima.




As bicicletas são um dos meios de transporte mais utilizados pelos japoneses, havendo parques de estacionamento só para elas. A área metropolitana de Tóquio é habitada por mais de 30 milhões de pessoas, que utilizam o comboio e o metro como principais meios de deslocação, complementados pelas bicicletas de custo reduzido para percursos mais curtos. Apesar de ser uma cidade com alta densidade urbana, Tóquio preserva no seu interior jardins imensos que cobrem uma parte significativa da zona central.



Parque para bicicletas num centro comercial em Kawasaki.



Harajuku, umas zonas de Tóquio mais frequentadas por jovens no fim de semana.



Ao lado da estação de Harajuku fica o jardim de Meiji, com 175 hectares.

Apenas durante algumas semanas do ano se podem ver as cerejeiras em flor. Em certos locais, como no castelo de Odawara, encontram-se idosos sentados desenhando estas paisagens, que eles não poderão ver muito mais vezes.

Entrada do recinto do castelo de Odawara.



Castelo de Odawara.



Mais uma vista de Odawara.



Cerejeiras em flor perto do santuário de Katori Jingû.



O Kyudô é considerada uma das artes mais puras do Japão. O arco longo, com mais de 2 m de comprimento e assimétrico, revela através do tiro todas as instabilidades físicas e mentais do arqueiro. No Japão é praticado em larga escala, sobretudo por universitários, apesar de não ter propriamente um limite máximo de idade, não sendo difícil de encontrar pessoas com mais de 90 anos que ainda atiram regularmente. O Kyudo foi dado a conhecer ao ocidente por Herrigel no seu livro “Zen e a Arte do Tiro com Arco” (pela Assírio & Alvim). Ao longo de décadas o livro foi lido por milhões de ocidentais, contudo o Kyudo foi uma arte que nunca se expandiu fortemente para fora do Japão, onde não chegarão a existir cerca de 3 mil praticantes na Europa e Estados Unidos. Talvez por isso alguns dos enganos do livro ainda permanecerão durante muito tempo.

Dôjô de Kyudô em Kamakura, orientado por Maky Kudo, Kyoshi.




Tiro de cerimónia, pelo mestre Nobuyuki Kamogawa, Hanshi 10º Dan. Cerimónia no Budokan de Tóquio em 13 de Abril de 2007. O silêncio era tal que se ouvia o sistema de ar condicionado a funcionar.




Princesa Takamadonomiya Hisako discursando no Taikai comemorativo da fundação da Fedaração Internacional de Kyudo, em 13 de Abril de 2007. A princesa é patrona desta arte e representa a ligação à casa imperial.




Demonstração de tiro de guerra - "Koshiya Kumi Yumi".

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