Desconfianças pessoais
É frequente se reclamar das promessas não cumpridas que os políticos fazem. Esta desconfiança é curiosa, nem que fosse por ninguém conhecer os programas eleitorais dos partidos, mas apenas umas quantas tiradas mostradas nos órgãos de comunicação sociais. Mas mais intrigante é haver uma (pretensa) exigência tão grande com os políticos quando não a temos com nós próprios – mas nada do que possa dizer desculpa as faltas dos políticos.
Aproximam-se tempos complicados, em que os portugueses vão ter que mostrar o que valem. O pessimismo reina, não acreditamos em nós, não confiamos nas nossas capacidades. Talvez uma forma de inverter isto seja começar por não darmos motivos para sermos desconfiados da nossa pessoa. Porque é difícil de ser optimista e ter confiança quando sabemos que não levamos nada a sério e que nunca pomos em prática os planos que realizamos.
Temos que cumprir o que prometemos a nós mesmos, começando pelas pequenas coisas. Se digo que vou pendurar aquele quadro na parede, então faço-o o mais breve possível e não vou arranjar desculpas para não o fazer, ou então fazê-lo mais tarde ou de outra forma. Não podemos esperar que nos venha uma vontade enorme para pormos mãos ao trabalho. Não há que hesitar, é fazer e a satisfação vem por acréscimo. Precisamos todos de acordar. Só nos faria bem.
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