terça-feira, fevereiro 10, 2004

Confissões sobre os posts anteriores


OS HOLOFOTES PARA QUEM OS MERECE

Este blog tem cerca de 7 meses. Desde essa altura, o número e qualidade dos blogs muito aumentou. É bom quando nos vemos rodeados de pessoas (blogs) melhores que nós. Talvez seja mais importante ser um bom leitor do que um escritor mediano. E, por isso, não é drama nenhum terminar um blog. Cada post pode ser o último. E cada post é sempre o último.


COMUNIDADES INVISÍVEIS – O LIVRO

Não lancei nenhuma proposta formal para a realização de livro-blog. Se o fizesse, seria em privado, com um convite enviado por mail a diversos autores de blogs. Não o fiz, não por ter dúvidas sobre a viabilidade do tal livro-blog, mas por recear de não haver entusiasmo suficiente nos nossos bloggers. Por isso, lancei umas provocações sobre o assunto, para ver as reacções.

As reacções não foram muitas, até por o blog ter tido poucas visitas nos últimos tempos. As reacções não foram muito negativas, do género: «Nem pensar, não tem interesse e é pouco viável.» Mas também estiveram longe de:«Excelente ideia. Quero participar. Vamos a isso!» Não que ficasse desiludido, porque o interessante na vida é ser imprevisível e com ausência de sentido, mas com a possibilidade de lhe conferirmos um.

Depois disto, descobri outro livro sobre blogs em português. Não comprei (mau indício, para quem anda a falar em fazer um livro-blog), mas dei uma vista de olhos semi-atenta. Explicava como se criava um blog, dando depois vários exemplos de blogs conhecidos. Mas em relação ao “sumo”, pareceu-me que o copo ficou vazio. Um blog deve ser natural e sem ter em mente segundas intenções, tal como tornar-se parte de um livro. Mas basta passar por uma livraria para ver que tudo se pode tornar livro, por isso não são universos intocáveis.

São possíveis vários livros-blog. Um exemplo, seria o acompanhar de alguns blogs “políticos”, no desenrolar temporal das principais questões, cambiando entre esquerda e direita, liberais e revolucionários, com trocas e respostas. Seria limitado, apenas mostrando uma fracção da blogosfera, mas ainda assim bastante mais plural e informativo que o circo que se vê nos meios de comunicação tradicionais. Outro tipo de blog seria o beliscar aqui e ali, apenas na mais fina flor, procurando o mais sublime e intemporal, ficando um livro-blog que poderia ser intitulado “Ciência e literatura na blogosfera portuguesa”.

A mim, interessar-me-ia mais um conceito “Ponto de vista do utilizador”. Ou seja, um livro com uma selecção de posts meio anárquica, deambulando por vários blogs de vários tipos, muito diferentes uns dos outros. Uma espécie de “Relance sobre a blogosfera portuguesa”. Para resultar como livro, não podia ser algo de qualquer jeito, mas os posts teriam de ser escolhidos por forma a se manter um ritmo que impeça de cair numa monotonia. Na verdade, o que falta para levar isto para a frente é um pouco de entusiasmo.