Dois caminhos
O indivíduo A “escolheu” o caminho X para a sua vida. O caminho X não está definido à partida mas é como se estivesse, pois resume-se ao que “está certo”. Na prática, o indivíduo A usa a sua intuição para descobrir a atitude certa a cada momento, que quase sempre cai em dois extremos, o da ditadura da maioria ou o da ditadura de alguma minoria. Estando sempre do lado de causas de força, nem que seja a força do hábito, a vida simplificasse e as escolhas essenciais estão reduzidas a quase nada. O êxito social e pessoal, depois de entranhados os valores certos, é fácil de atingir ou no mínimo há uma receita garantida para lá chegar.
O indivíduo B foi escolhido pelo caminho Y. Escolhido porque sente que nunca teve alternativa. O indivíduo B duvida que exista o caminho Y, nem tem a certeza que exista tão só o caminhar, sabe apenas que não segue o caminho X. Em jovem, o indivíduo B acreditava que só outros como ele podem realizar verdadeiras obras de criação, porque o caminho X conduz sempre à anulação das diferenças. Acredita ainda que, se existe um caminho Y, o sucesso consiste não em cumprir com determinados preceitos mas sim em criar novos valores. Contudo, o caminho Y conduz unicamente à loucura.
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