quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Repugnância

A natureza e a vida não deram a todos a mesma coragem. À liberdade é preciso associar responsabilidade mas também a coragem. Quem não tiver coragem para defender a liberdade, irá fatalmente perdê-la. Face a isto, não é de espantar a passividade de muitos, enquanto a liberdade vai sendo dilacerada aos olhos de todos. Mas verdadeiramente repugnante é ver aqueles que, por não terem coragem de serem livres, colocam-se ao lado daqueles que nos querem retirar a liberdade.
Mergulhados na lógica do relativismo absoluto, da culpabilização, do multiculturalismo, da inveja, muitos entre nós estão neste momento a ser coniventes com as fileiras mais repugnantes do Islão radical. Ao contrário destes, não foram educados numa cultura da intolerância (que nem sequer tem a palavra liberdade), que diz que a mulher se deve submeter ao homem e este à lei do Corão, e que os infiéis são cães sem dignidade e só lhes resta a conversão ou a morte. Não, quem se lhes junta cresceu numa cultura que tendeu para a tolerância, para a igualdade, para o respeito pelos outros. Quem optou por este caminho teve realmente opção e escolhe, agora, a servidão. Não só para eles mas para todos nós.

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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Inovar, Inovar, Inovar!

O grande mote é a inovação. É preciso inovar, sermos mais competitivos, ter ambição. Sem dúvida, mas que quer dizer isto? Quem nos diz, em geral não é praticante dessas “virtudes”. Quem realmente inova e é competitivo não tem tempo ou pachorra para vir ditar estes “sound bytes” para os media. Para mais, dão-nos a entender que ter ambição, inovar e ser competitivo é um pacote único. Não é. Não há nada mais fácil do que ter ambição, assim o provam todos aqueles que jogam no euromilhões. Além disso, a ambição é um estado de espírito, mas temos de trabalhar todos os dias e não apenas quando estamos nos dias “certos”. O verdadeiro profissional não necessita de ambição e inspiração.

Depois, inovar e ser competitivo não são a mesma coisa, até podem ser antagónicas. Ser competitivo tem muito a ver com racionalização de recursos, optimização dos fluxos de trabalho, constantes acções de “benchmarking”, combate permanente ao desperdício. Competitividade é uma função contínua mas inovar, por sua vez, tem a ver com rupturas discretas no tempo. Inovar constantemente, como pedem alguns, é um contra-senso. Quem muda constantemente os seus produtos corre o risco de ver os seus clientes perderem a confiança, porque há clientes conservadores. Mas corre um risco inverso, das mudanças não serem notadas, por não haver um padrão de comparação.

As inovações terão que ser sentidas pelos clientes, caso contrário não são inovações. Inovar é um risco e uma surpresa. É uma criação conjunta de quem vende e de quem compra, num ciclo de saltos abruptos, maiores ou menores. A inovação não está necessariamente ligada à última tecnologia, nem a algo muito diferente. Pode ser a descoberta de novas formas de apresentar produtos antigos. Há quem ligue a Investigação e o Desenvolvimento (I & D) à inovação. Mas a inovação é sobretudo a oportunidade descoberta no mercado pelo empreendedor. A I&D pode sim fornecer ao empreendedor informação que lhe pode dar alguma vantagem competitiva, que lhe pode permitir “inovar” (candidatar-se a isso) ou gastar os recursos de forma mais racional.

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